CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DE Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex
Benth EM FRAGMENTOS DE FLORESTA ATLÂNTICA: IMPLICAÇÕES À
CONSERVAÇÃO E AO MANEJO
Nome: ADELSON LEMES DA SILVA JUNIOR
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/02/2021
Orientador:
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Papel |
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MARCOS VINICIUS WINCKLER CALDEIRA | Orientador |
Banca:
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Papel |
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FÁBIO DEMOLINARI DE MIRANDA | Coorientador |
MARCOS VINICIUS WINCKLER CALDEIRA | Orientador |
SARAH OLA MOREIRA | Examinador Externo |
TAÍS CRISTINA BASTOS SOARES | Examinador Interno |
TIAGO DE OLIVEIRA GODINHO | Examinador Externo |
Resumo: Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth é uma espécie arbórea, conhecida
popularmente como jacarandá-da-Bahia. Endêmica da Floresta Atlântica, a
espécie possui importância econômica e ecológica, pois, tem madeira de
qualidade e potencial para uso em recuperação de áreas degradadas. No
entanto, encontra-se classificada como vulnerável à extinção devido a
fragmentação da Floresta Atlântica e a sua intensa exploração no passado, no
qual, pouco se sabe sobre as consequências genéticas geradas em suas
populações. O objetivo deste estudo foi caracterizar a diversidade e estrutura
genética da espécie Dalbergia nigra no bioma Floresta Atlântica, dentro dos
limites do estado do Espírito Santo. A amostragem foi realizada em 12
populações distribuídas nas mesorregiões Sul, Central, Noroeste e Litoral-Norte,
sendo amostrados 15 indivíduos por população, totalizando 180 indivíduos. Para
as análises, foram utilizados 12 primers Inter Simple Sequence Repeats (ISSR)
e 7 pares de primers Simple Sequence Repeats (SSR). Com relação ao
desempenho dos marcadores moleculares, os valores de PIC para os ISSR
variaram de 0,26 a 0,36, indicando moderada informatividade, já para os SSR os
valores variaram entre 0,33 a 0,61 indicando moderada a alta informatividade
para as populações avaliadas individualmente e, alta para os dados conjuntos.
Os valores de H* e I* calculados para os dados ISSR e, principalmente os valores
de HO, HE e F obtidos para os dados SSR, diferenciaram igualmente as
populações com maior (PFP, FNP, APSE, RBS, RNV e MNPC) e menor
(PEAMA, RPPNC, RBAR, FNRP, RBCV e APPE) diversidade genética, além de,
revelarem níveis moderados a altos para a diversidade genética nos dados
conjuntos. A distância genética entre os pares de indivíduos não teve
conformidade entre os marcadores, contudo, foi observado relação de
parentesco por proximidade geográfica. Sobre a estruturação genética, a Amova
indicou moderada diferenciação genética (ΦST = 0,1616) para os dados ISSR e,
baixa diferenciação (ΦST = 0,1483) para os dados SSR, porém, para ambos os
marcadores, a maior variação genética está dentro das populações. A moderada
a baixa diferenciação genética corrobora com os dados de Nm obtidos a partir
dos ISSR (Nm = 1,98 a 8,78) e SSR (Nm = 1,09 a 9,21), indicando ocorrência de
fluxo gênico entre as populações. A análise bayesiana realizada a partir dos
dados ISSR resultou apenas em dois grupos, enquanto, os dados SSR
revelaram haver três grupos genéticos se dividindo em populações localizadas
na região Litoral-Norte, próximas ou localizadas na região Noroeste e, próximas
ou localizadas na região Sul. O teste de Mantel revelou baixa correlação entre
os marcadores, porém, de acordo com a análise de emaranhamento, houve
moderada associação entre as matrizes de distâncias genéticas (Entanglement
= 0,47), com consistência entre alguns indivíduos. Os resultados satisfatórios
encontrados para a espécie confirmam o potencial de possíveis matrizes para a
coleta de sementes e produção de mudas, porém, os baixos níveis de
diversidade genética encontrados para algumas populações, possivelmente
estão associados a intensa exploração de D. nigra no passado e a fragmentação
da Floresta Atlântica.