AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA DE VITÓRIA-ES: CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICO E CITOGENOTÓXICOS EM PLANTAS

Nome: IASMINI NICOLI GALTER
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/11/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SILVIA TAMIE MATSUMOTO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DIOLINA MOURA SILVA Examinador Externo
GLORIA MARIA DE FARIAS VIÉGAS AQUIJE Examinador Externo
MARIA APARECIDA MARINS MORALES Examinador Externo
MILENE MIRANDA PRAÇA FONTES Examinador Interno
SILVIA TAMIE MATSUMOTO Orientador

Resumo: A poluição atmosférica tornou-se uma preocupação crescente nos últimos tempos. Dentre os diversos poluentes, o material particulado atmosférico (MPA) está entre os mais preocupantes. O município de Vitória-ES tem reconhecida emissão de material particulado atmosférico (MPA), oriundo, principalmente, das indústrias minero-siderúrgicas, que podem conter vários metais, inclusive contaminantes emergentes. O MPA tem efeitos direto nas plantas, principalmente nas folhas e até posteriormente nas raízes, quando a contaminação atinge solo. O presente estudo teve como objetivo caracterizar e quantificar os elementos químicos presentes nas nanopartículas metálicas do MPA de Vitória-ES (MP2,5 e MP10); avaliar os efeitos tanto do MP2,5 e MP10 como do material particulado atmosférico sedimentável (MPAS45-75) nas células vegetais de Allium cepa; e avaliar os efeitos do acúmulo de metais pesados oriundos da poluição atmosférica em células de Tradescantia pallida cultivadas na região. Para isso, foram realizadas coletas de MP2,5 e MP10 em dois pontos amostrais (Ilha do Boi (IB) e Enseada do Suá (EN)) e do MPAS45-75 na Ilha do Boi e de folhas de T. pallida em canteiros ornamentais dos dois pontos de coleta em Vitória-ES e de um ponto em Governador Lindenberg-ES, que possui pouca influência industrial e de tráfego veicular. As análises consistiram em caracterizar o MP2,5 e MP10 por caracterização em solução aquosa; quantificação de metais e análise de difração de raio-X. Foi realizada a avaliação dos efeitos do MPA em A. cepa por: (1) ensaios bioquímicos, pela quantificação de superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa reduzida (GSH), peroxidase do ascorbato (APX), peroxidação lipídica (LPO) e metalotioneína (MT); (2) internalização dos metais nas células radiculares, por meio de análise química por ICP-MS e de microscopia de varredura; (3) efeito no ciclo celular, por meio de testes citogenéticos, de danos à fita de DNA por fluorescência e de morte celular. Os efeitos em T. pallida foram avaliados por:
(1) internalização dos metais nas folhas, por meio de análise química por ICP- MS e de microscopia de varredura; (2) teores de pigmento; e de (3) potencial genotóxico. Os resultados demostraram que as partículas de MP2,5 e MP10 em água se dissociam, formando aglomerados de diferentes tamanhos, chegando até nanopartículas. Dos metais analisados o Fe, Al, B, Mn, Se, Zn, Sr, Cu, Ni,

Ba e de contaminantes emergentes como Ti foram os que apresentaram os maiores valores, tanto para o MP como na internalização nas raízes de A. cepa. Com relação aos efeitos causados em A. cepa, foi observado um aumento do sistema antioxidante quando expostas a concentrações de MP, o que provavelmente, deve estar vinculado aos danos citotóxicos, genotóxico e mutagênico observados nas células. Com relação aos testes com T. pallida foi observado que as folhas expostas, rotineiramente, à poluição de Vitória-ES apresentaram um acúmulo dos metais Fe, Y, Cr, Se, Y, La, Ce e Pb, característicos da região, que afetou o sistema fotoquímico e induziu efeitos genotóxicos. Os resultados obtidos com esses bioindicadores vegetais mostram uma preocupação sobre a poluição atmosférica da cidade de Vitória- ES. Assim, é fundamental a necessidade de melhor avaliar, monitorar e regulamentar as emissões de MPA, visto que essas partículas podem carrear compostos químicos potencialmente biotóxicos, que colocam em risco tanto a qualidade ambiental como a saúde humana.

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