Diversidade e estrutura genética espacial de Rudgea quisquiliae (Rubiaceae) em um
fragmento de Floresta Atlântica

Nome: LETICIA RIGO TAVARES

Data de publicação: 03/04/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CINTIA DOS SANTOS BENTO Examinador Interno
ROBERTA PENA DE PASCHOA Examinador Interno
TATIANA TAVARES CARRIJO Presidente

Resumo: Espécies microendêmicas tendem a ter um grau de ameaça de extinção maior devido a sua
distribuição restrita. Em um contexto de Floresta Atlântica, isso se torna crítico, uma vez que
pelos processos de fragmentação ambiental áreas foram reduzidas, elucidando a importância de
áreas prioritárias para conversação. Rudgea quisquiliae é uma espécie microendêmica de um
fragmento florestal localizado em Castelo, ES, delimitado por uma Unidade de Conservação.
Apresenta algumas particularidades, como o padrão de distribuição espacial agregado e a menor
ocorrência de frutos. Dessa forma, foi levantada a hipótese da ocorrência de reprodução clonal
na espécie. Objetivou-se investigar a diversidade e estrutura genética espacial de R. quisquiliae
com base na distribuição global da espécie. Foram utilizados dados moleculares baseados em
marcadores ISSR em 157 amostras individuais. Dos 43 primers testados, 10 foram selecionados
pela clareza e polimorfismo das bandas produzidas, gerando 89 bandas, das quais 68 foram
polimórficas, com uma média de 75,3% de bandas polimórficas. A dissimilaridade genética foi
calculada par a par entre os indivíduos, identificando 16 pares de indivíduos que demonstraram
ser clones entre si. Cada par de clones identificado é distinto dos demais. O agrupamento por
UPGMA revelou nove grupos, com o maior grupo composto por 91,7% das amostras, sugerindo
uma estruturação genética significativa. Os parâmetros de diversidade genética indicaram baixa
diversidade, independentemente de considerarmos a existência de uma única população ou de
duas subpopulações, separadas pela estrada. Para os parâmetros de diversidade genética dos
dados conjuntos, tratando ambas as áreas do fragmento como uma única população, observamos
que o número médio de alelos (Ao) foi de 1,77, enquanto o número de alelos efetivos (Ae) foi
de 1,51. Além disso, a diversidade genética de Nei (H') e o índice de Shannon (I), assumindo
que a população estava em Equilíbrio de Hardy-Weinberg, foram calculados como 0,29 e 0,43,
respectivamente. O fluxo gênico estimado para as duas áreas foi considerado alto, atingindo
Nm = 7,6. A avaliação da estruturação da variabilidade genética realizada pela Amova resultou
na estimativa global de ST = 0,1129, sendo a maior variação (88,71%) intrapopulacional. Os
resultados do Structure indicam que a população está estruturada em dois grupos distintos
(K=2), mas, que ainda apresentam troca de alelos dentro da população, evidenciado pela
oscilação das cores que remetem aos grupos genéticos compartilhados por todos os indivíduos,
apontando que os indivíduos tendem a ser geneticamente muito próximos. A análise de
correlação entre a dissimilaridade genética e a distância geográfica mostrou uma autocorrelação
positiva dos indivíduos em distâncias de até 50 metros. Observou-se uma preferência da espécie
pelas regiões de baixada do fragmento, com um padrão de distribuição espacial agregada.
Destaca-se a presença de clones em ambas as áreas do fragmento, sugerindo uma estratégia
adaptativa ecológica para a espécie. Apesar da baixa diversidade genética observada, os
resultados contribuem significativamente para o entendimento da diversidade genética da
espécie e do gênero. A preservação integral da Unidade de Conservação onde a espécie ocorre
é crucial para sua sobrevivência a longo prazo. Estudos futuros podem aprofundar o
entendimento da biologia reprodutiva da espécie e da diversidade clonal, fornecendo
informações importantes para medidas de conservação e manejo adequadas.

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