DISCRIMINAÇÃO GENÔMICA E MORFOLÓGICA DOS GRUPOS BOTÂNICOS
CONILON E ROBUSTA DE Coffea canephora PIERRE EX FROEHNER

Nome: ROSANA GOMES DE OLIVEIRA

Data de publicação: 02/08/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
IASMINE RAMOS ZAIDAN Examinador Externo
MARCIA FLORES DA SILVA FERREIRA Presidente
THAMYRES CARDOSO DA SILVEIRA Examinador Externo

Resumo: A discriminação e caracterização dos grupos Conilon e Robusta têm sido realizadas por meio
de descritores morfológicos. Esses descritores incluem aspectos relacionados à planta, ramos,
folhas, ciclo de maturação, frutos, sementes e reação a pragas, doenças e seca. Dentro desses
grupos, existem diferenças fenotípicas e genéticas. Entretanto, por caracteres morfológicos, a
diferenciação pode ser dificultada, visto que esses indivíduos apresentam características
diferentes, porém complementares. A integração de marcadores moleculares consiste em
ferramentas eficientes para o estudo da diversidade genética e auxílio aos programas de
melhoramento genético de C. canephora. Esses marcadores apresentam reprodutibilidade e
expressão codominante, bem como permitem analisar regiões polimórficas. Assim, o presente
trabalho teve como Identificar variáveis morfológicas e SNPs discriminantes dos grupos
botânicos Conilon e Robusta, de C. canephora, a fim de facilitar sua identificação dos grupos
botânicos. O primeiro capítulo abordou a caracterização genômica dos grupos Conilon e
Robusta de C. canephora, utilizando SNPs obtidos pela metodologia DArTseq™. Foram
analisados 121 indivíduos do Banco Ativo de Germoplasma do Incaper, previamente
identificados como: 52 do grupo Conilon, 33 do grupo Robusta e 36 híbridos (indivíduos com
características de ambos os grupos). As análises de diversidade genética e estrutura
populacional identificaram três grupos genéticos distintos: dois compostos
predominantemente por Conilon (G2 e G3) e um por Robusta (G1). A maior diferenciação
genética foi observada entre os grupos G1 (Robusta) e G3 (Conilon), com um índice de
fixação (Fst) de 0,77. A diferenciação dentro dos grupos foi de 21,51%, indicando alta
variabilidade genotípica dentro do grupo Conilon. A genotipagem permitiu a identificação de
híbridos genéticos, sugerindo a presença de variabilidade significativa entre os grupos. O
segundo capítulo abordou a identificação de um conjunto mínimo de descritores morfológicos
para discriminação eficiente dos grupos Conilon e Robusta. Utilizando 29 descritores
morfológicos (qualitativos, quantitativos e relacionados a doenças e estresse abiótico), os
indivíduos foram analisados quanto às características das plantas, folhas, frutos e sementes. A
análise de distribuição de frequência dos descritores dentro dos grupos mostrou que nem todas
as características são discriminatórias. Análises de agrupamento foram realizadas com base
nesses descritores, revelando que alguns deles são mais eficientes na discriminação dos
grupos. A análise discriminante identificou 12 características que mais contribuíram para a
diferenciação entre Conilon e Robusta: altura da planta, diâmetro da copa, comprimento do
internódio, comprimento e largura da folha, forma da folha, forma do fruto, cor do
endosperma, comprimento, largura e espessura da semente, e tonalidade da película. Na
análise morfológica, os indivíduos foram separados em dois grupos principais: G1, composto
por Robusta, e G2, composto por Conilon. Semelhante à análise genômica, os híbridos não
formaram um grupo distinto, ficando distribuídos entre os grupos Conilon e Robusta. Esse
resultado reflete a complexidade da classificação de híbridos, que apresentam características
intermediárias de ambos os grupos, dificultando a discriminação precisa tanto na análise
morfológica quanto na genômica. Os resultados integrados das análises genômica e
morfológica proporcionam uma compreensão abrangente da diversidade genética e fenotípica
de C. canephora. A análise genômica destaca a importância dos SNPs na identificação de
variabilidade genética, enquanto a análise morfológica reforça a necessidade de descritores
mínimos para discriminação dos grupos botânicos. Esses resultados contribuem para
discriminar geneticamente e morfológica dos grupos Conilon e Robusta, auxiliando na
caracterização do germoplasma de C. canephora e proporcionando estratégias eficientes para
o melhoramento genético.

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