MECANISMOS DE TOLERÂNCIA À SECA EM Coffea canephora: ABORDAGENS
FISIOLÓGICAS, MOLECULARES E BIOQUÍMICAS SOB DIFERENTES
CONDIÇÕES HÍDRICAS

Nome: GABRIELLA SILVA DE AGUIAR

Data de publicação: 25/04/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA CÂNDIDO GABRIEL BERILLI Examinador Externo
CINTIA DOS SANTOS BENTO Examinador Interno
MARCELO ANTONIO TOMAZ Examinador Externo
TAIS CRISTINA BASTOS SOARES Presidente
VINICIUS SARTORI FIORESI Examinador Externo

Resumo: O café é uma cultura de grande importância econômica e alimentar global, com o Brasil
liderando a produção e exportação mundial. O Espírito Santo se destaca como o maior
produtor de Coffea canephora. No entanto, a cafeicultura enfrenta desafios crescentes
devido às mudanças climáticas, como o aumento das temperaturas, estiagens e ondas de
calor, que afetam diretamente a produtividade. O déficit hídrico é um dos principais
fatores limitantes, prejudicando a fisiologia e o metabolismo das plantas. O objetivo desta
tese foi analisar os mecanismos de tolerância à seca em genótipos de C. canephora,
empregando abordagens fisiológicas, moleculares e bioquímicas sob duas condições de
disponibilidade hídrica. As hipóteses testadas foram: (1) genótipos descendentes do
genitor 120T, doador de pólen tolerante à seca, apresentam maior resistência ao estresse
hídrico; em relação ao genitor 109S. (2) plantas tolerantes acumulam mais nitrato e
osmólitos; e (3) genes como DREB e NRTc apresentam expressão diferencial sob déficit
hídrico. O estudo foi organizado em três capítulos. O primeiro capítulo aborda as
respostas fisiológicas das plantas ao estresse hídrico, incluindo medições do potencial
hídrico e variáveis biométricas, comparando os genótipos 120T e 109S em duas épocas
do ano. Além disso, foi realizada uma análise de componentes principais para identificar
como as variáveis fisiológicas se agrupam e respondem ao déficit hídrico, evidenciando
as variações entre os genótipos e sua proximidade com o genitor 120T. O segundo
capítulo aborda a análise de parâmetros bioquímicos, incluindo os teores de clorofilas A
e B, fenóis, nitrogênio orgânico e prolina. O terceiro capítulo está focado na análise
genética, investigando a expressão diferencial dos genes CcDREB2, Cc3DREB2A3 e
CaNRTc. Os resultados revelaram significativa variabilidade fenotípica e fisiológica entre
os genótipos de C. canephora. Na época chuvosa, a maioria dos genótipos obtiveram
pouca variação no potencial hídrico, indicando condição de turgidez. Na estação seca,
genótipos como 109S e 7T mostraram maior suscetibilidade à seca, com valores mais
negativos de potencial hídrico, enquanto outros, como 6T, 4S e 59, mantiveram melhores
níveis de hidratação. A análise multivariada foi eficiente na distinção entre os genótipos,
identificando características estruturais, como área de copa e morfologia dos ramos, que

contribuem para a tolerância à seca. Do ponto de vista fisiológico e bioquímico, observou-
se estabilidade nos teores de clorofila em genótipos tolerantes, como 120T. O acúmulo de

prolina em progênies como 3T e 7T destacou o papel deste composto na mitigação do
estresse hídrico. A variabilidade na concentração de nitrogênio entre os genótipos também
destacou genótipos como 7T, 109, 120 com maior eficiência no uso desse nutriente sob
seca. A expressão gênica do DREB2A3 foi influenciada pelas condições sazonais, sendo
mais ativada durante a seca, especialmente no genótipo 7T, sugerindo seu envolvimento
na tolerância ao estresse hídrico. O gene NRTc (nitrato redutase) apresentou expressão
variável entre os genótipos e épocas, com destaque para 6T e 7T, indicando sua relevância
na adaptação ao déficit hídrico. A interação entre genótipos e ambiente destaca a
importância de considerar ambos os fatores na seleção para tolerância à seca. Genótipos
com maior plasticidade, estabilidade fisiológica e expressão de genes-chave se
apresentam como promissores para programas de melhoramento genético voltados à
resiliência climática da cafeicultura.

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