MORPHO-ANATOMICAL LEAF AND MORPHOLOGICAL FLORAL TRAITS IN Coffea spp. GENOTYPES

Nome: LARÍCIA OLÁRIA EMERICK SILVA

Data de publicação: 31/07/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA ISABEL FARIA RIBEIRO Examinador Externo
FABIO LUIZ PARTELLI Presidente
JOAO FELIPE DE BRITES SENRA Examinador Interno
JOSÉ MANUEL FERREIRA NOBRE SEMEDO Examinador Externo
RODRIGO BARBOSA BRAGA FEITOZA Examinador Externo

Resumo: A cafeicultura desempenha um papel importante na economia global e na sociedade em geral pela promoção de empregos diretos e indiretos. Programas de melhoramento genético de café tem se dedicado a desenvolver cultivares capazes de contornar os mais diversos desafios da cafeicultura. Neste sentido, a caracterização fenotípica dos indivíduos que constituem uma população é essencial para selecionar os indivíduos com características desejáveis. O objetivo deste trabalho foi estudar caracteres morfo-anatômicos foliares e morfológicos florais em Coffea spp. e investigar os efeitos genotípicos e ambientais atuantes sobre esses caracteres. Para atingir esse objetivo, este trabalho reúne três capítulos. No primeiro capítulo buscou-se avaliar o potencial de caracteres anatômicos foliares, juntamente com caracteres agronômicos, para estudo da variabilidade genética em genótipos de duas cultivares registradas de C. canephora. Foram avaliados oito caracteres agronômicos e sete anatômicos foliares em dez genótipos de C. canephora. Diferenças significativas entre os genótipos foram observadas para 13 dos 15 caracteres (P < 0,05). Esses resultados evidenciaram a heterogeneidade entre as cultivares estudadas. Os caracteres anatômicos foliares apresentaram as maiores variações no que os caracteres agronômicos. Cinco, dentre os sete caracteres anatômicos foliares, apresentaram herdabilidade superior a 80% com destaque para a densidade estomática (95,69%) e comprimento do poro estomático (92,72%). A análise de agrupamento, considerando a distância de Mahalanobis como medida de dissimilaridade (D²), apontou a distinção de dois grupos de genótipos. A inclusão de caracteres anatômicos foliares na caracterização de genótipos de C. canephora pode auxiliar os melhoristas de plantas na melhor discriminação entre genótipos e maior segurança na seleção de genótipos para geração de novas cultivares. No segundo capítulo o objetivo foi estudar caracteres morfológicos florais de quatro genótipos de C. canephora e um de C. arabica cultivados em duas altitudes distintas (36 e 1100 metros). Para isso, o experimento compreendeu lavouras de café de ambas as espécies em duas altitudes (e suas diferentes condições climáticas), cultivadas sob manejo a pleno sol. O número de pétalas e estames variou entre cinco e seis em C. canephora, mas o número de pétalas e estames foi sempre cinco em C. arabica. Nas duas altitudes, o genótipo Beira Rio 8 (C. canephora) se destacou por apresentar as maiores médias para todas as características de tamanho relacionadas à corola e lóbulos estigmáticos. A variabilidade na morfologia floral entre os genótipos de C. canephora não foi maior em alta-altitude do que em baixa-altitude. No geral, o tamanho da flor de todos os genótipos de C. canephora e C. arabica estudados foi maior em baixa-altitude do que em alta-altitude, mas o comprimento dos lóbulos estigmáticos e a razão entre o comprimento do lóbulo estigmático e o comprimento do estilete e, em parte, a razão entre o x comprimento da antera e o estame comprimento foram maiores em alta-altitude. As flores de C. arabica eram menores e, em sua maioria, insensíveis à altitude, em contraste com as flores de C. canephora. A realização de estudos sobre características morfológicas de flores em um número maior de altitudes pode fornecer melhores informações sobre o potencial uso dessas características em estudos de adaptabilidade e estabilidade de genótipos de Coffea spp. às diferentes condições ambientais, e assim contribuir com os esforços de melhoramento genético para alcançar a resiliência da cafeicultura nos atuais cenários de mudanças climáticas. No terceiro capítulo o objetivo foi identificar caracteres morfológicos florais chave para otimizar estudos de variabilidade fenotípica e assim economizar tempo no processo de desenvolvimento de novas cultivares. Um total de 36 genótipos de C. canephora e os dois de C. arabica foram estudados. Nove caracteres florais foram medidos em 760 flores. Foi comprovado que a fenologia da flor pode ser utilizada para diferenciar genótipos de Coffea spp. Alguns genótipos de C. canephora apresentaram as maiores estruturas florais (Beira Rio 8, Guarani, 8R e Clementino), enquanto os genótipos com as menores estruturas florais foram genótipos pertencentes à mesma espécie (Z8, Verdim D, Ouro Negro 1, Tardio C, NV8, Ouro Negro 2, Bamburral, LB1 e Peneirão). Dentre os nove caracteres florais avaliados, os cinco - comprimento da pétala, comprimento da antera, comprimento do estame, comprimento do estilete e comprimento do lóbulo estigmático - foram fortemente correlacionados com as características de maior peso para a variabilidade dos dados. Os caracteres correlacionados pouco contribuíram para a variabilidade dos dados, permitindo que sua exclusão não tenha comprometido a inferência da variabilidade morfológica das flores em genótipos de Coffea spp. Isso sugere que estudos visando diferenciar genótipos de Coffea spp. baseados em estruturas florais podem considerar os quatro caracteres estudados, comprimento do tubo, diâmetro do tubo, diâmetro da corola e o número de apêndices florais (pétalas ou estames). A redução de nove para esses quatro caracteres pode otimizar tempo e eficiência na coleta de dados. Em trabalhos futuros, a associação de caracteres morfológicos florais selecionados com caracteres relacionados a produção de Coffea spp. poderia, adicionalmente, avançar no processo de programas de melhoramento do café.

Acesso ao documento

Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Alto Universitário, s/nº - Guararema, Alegre - ES | CEP 29500-000